domingo, 9 de dezembro de 2012

CONFERÊNCIA DA ONU SOBRE O CLIMA

http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2012/12/121208_clima_final_analise_rw.shtml
A conferência da ONU sobre o clima em Doha, no Catar, chegou ao seu final neste sábado com uma mudança histórica em princípio, mas poucos avanços genuínos em cortes de emissões de gases do efeito estufa.
A conferência estava prevista inicialmente para terminar na sexta-feira, mas foi prorrogada por falta de consenso.
As negociações de última hora tiveram sua dose de drama, com uma ameaça de colapso com a insistência da Rússia, da Ucrânia e de Belarus de que deveriam receber um crédito extra pelos cortes de emissões ocorridos quando suas indústrias fecharam.
Após um longo atraso, o presidente da conferência perdeu a paciência, reiniciou as reuniões e passou a agenda tão rapidamente que não houve chance d a Rússia fazer objeções. A ação foi recebida com um longo aplauso.
A Reunião da ONU sobre mudanças climáticas foi atrasada por impasse sobre compensações
A Rússia reclamou de uma suposta ilegalidade de procedimentos, mas o presidente afirmou que não faria mais do que refletir a visão russa em seu relatório final.
O acordo, apoiado por quase 200 países, mantém o protocolo vivo como o único plano legal obrigatório para o combate ao aquecimento global.
Porém ele determina metas obrigatórias apenas para as nações em desenvolvimento, cuja parcela de responsabilidade pela emissão de gases do efeito estufa é de menos de 15%.
O texto final "sugere" que as nações ricas mobilizem pelo menos US$ 10 bilhões ao ano entre 2015 e 2020, quando o novo acordo global para o clima deve entrar em vigor, para compensações pelos efeitos das mudanças climáticas.
Além de conseguir um acordo para estender o Protocolo de Kyoto até 2020, a conferência estabeleceu pela primeira vez que as nações ricas devem começar a compensar as nações pobres por perdas em consequência das mudanças climáticas.
O novo mecanismo proposto de Perdas e Danos, para compensar as nações em desenvolvimento, é considerado um exemplo de sucesso no processo diplomático.
Até agora as nações ricas aceitavam ajudar financeiramente países em desenvolvimento a adotar projetos de energia limpa para combater as mudanças climáticas, mas não aceitavam responsabilidade pelos danos causados em outros lugares pelas mudanças climáticas. Em Doha esse princípio mais amplo foi aprovado.
Os grandes emissores como os Estados Unidos, a União Européia e a China aceitaram o acordo com graus variados de reservas. Mas o representante das pequenas ilhas gravemente ameaçadas pelas mudanças climáticas foi feroz em suas críticas.
"Vemos o pacote diante de nós profundamente deficiente na mitigação (cortes de emissões) e no financiamento. É provável que vá nos manter na trajetória de aumento de 3, 4 ou 5 graus nas temperaturas globais, apesar de termos concordado em manter um aumento de temperatura de no máximo 1,5 grau para garantir a sobrevivência de todas as ilhas", afirmou.
Os Estados-ilha aceitaram o acordo porque para eles é melhor do que nada.

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